Luciana Sugino, de 15 anos, precisa ficar forte. Forte o suficiente para que seu joelho faça o mínimo esforço possível. É que ela nasceu com a patela alta e lateralizada e, ainda, ligamento frouxo. Problema que só descobriu aos 13 anos, enquanto jogava como goleira na aula de educação física. Numa brincadeira, arriou a perna e caiu. “Senti muita dor”, conta Luciana. Para adquirir fortalecimento muscular, ela faz musculação terapêutica na Vitória Grand Fisio.

A patela é o osso localizado na parte frontal do joelho que tem a função principal de atuar como uma roldana, potencializando a força dos músculos da parte anterior da coxa para estender o joelho. Quando Luciana caiu durante a educação física, a patela do joelho esquerdo deslocou, com isso, ela perdeu pedaço grande da cartilagem de trás da patela, teve ruptura do ligamento patelar, esgarçou o ligamento colateral medial e rompeu ligamento cruzado anterior.

Luciana precisou operar e colocar uma peça no joelho para realinhar a patela, que funciona junto com o ligamento que rompeu. Após a cirurgia, fez uma fisioterapia especial para não enrijecer e evitar grande aderência ao joelho. Para isso utilizou o CPM, um aparelho que movimenta o joelho passivamente, sem a pessoa fazer movimento. Durante sete meses, ficou sem trabalhar os músculos da perna. Seguiu, então, para a fisioterapia convencional e, ao se sentir melhor (um ano depois), foi encaminhada pelo médico à musculação terapêutica.

A mãe de Luciana, Suely Sugino, explica que o médico indicou a musculação terapêutica para otimizar a função da patela, antes com problema. “O médico viu que ela vai ficar com problema de cartilagem e precisa fortalecer a musculatura para a patela não sofrer maiores ou outras lesões. No outro joelho, ela tem o mesmo problema”, conta Suely que leva Luciana três vezes por semana para fazer musculação terapêutica.

Os primeiros passos de Luciana na Vitória Grand Fisio foram cheios de dor. “Ela chegou aqui mancando, hoje já não manca mais. Aqui trabalhamos o corpo todo e não só a perna. Hoje ela já tem hipertrofia muscular, que é o aumento de força e massa muscular, e aumento da resistência, estabilizando de forma eficaz a patela, por isso não sente mais dor”, conta o fisioterapeuta Osni Stein Júnior.

Mas foi um trabalho lento. Demorou dois anos para as dores de Luciana pararem, desde o ocorrido no colégio. “O trabalho é devagar por causa das dores, da idade, ela ainda está em crescimento, por isso não pode colocar muito peso, e do próprio tratamento. A progressão precisa ser lenta, ela teve uma atrofia severa”, diz o fisioterapeuta.

De dois em dois meses Suely leva sua filha ao médico para revisão. O retorno do médico, de acordo com a mãe, é de que o resultado da musculação terapêutica é visível e excelente. “Agora que eu to normal, meu corpo está mudando, está muito mais forte”, percebe Luciana. Mas o trabalho não é só de força, Osni explica que também trabalha propriopercepção e equilíbrio utilizando ferramentas como bosu e cama elástica, além de trabalhar o deslocamento do corpo por 360° (assista ao vídeo abaixo). “Esse trabalho é para que ela não se lesione de novo”, afirma Osni.

“Em 2012 foi horrível. Muleta, dor, cadeira de roda, locomoção difícil pra ir pra escola, fazia fisioterapia todos os dias. Agora que me sinto bem, quero voltar a jogar vôlei, esporte que sempre gostei de praticar no colégio”, fala Luciana. Mas o fisioterapeuta Osni alerta: “O trabalho de recondicionamento físico será ainda no próximo ano. Sobre o vôlei, vai ser melhor ela escolher uma atividade, com menos impacto para o joelho, mesmo o vôlei de praia, praticado na areia, pode ser prejudicial para Luciana”.

Mas Luciana é disciplinada e vai seguir os conselhos de seus médico e fisioterapeuta. Afinal, é a disciplina dela a responsável por grande parte do sucesso da sua reabilitação.